Sabe aquele conselho que antes vinha dos amigos? As pessoas agora esperam encontrar no celular. Os anunciantes que dominarem as últimas tendências das buscas online sairão na frente, diz Lisa Gevelber, VP de Marketing para as Américas do Google.

Há 5 anos, se eu quisesse fazer uma pesquisa online sobre tênis de corrida, provavelmente digitaria apenas “tênis de corrida”. Mas como correr é meu hobby, sou mais exigente com o calçado porque minha necessidade é mais específica. Hoje minha expectativa em relação à busca é maior e eu procuro por “tênis de corrida para pisada pronada” no meu smartphone.

Eu não sou a única. Nos EUA, as pesquisas com o termo “calçados para” cresceram mais de 120% nos últimos dois anos (ex: calçados confortáveis para viajar)1, o que faz todo sentido, afinal, hoje temos uma quantidade enorme de informação na ponta dos dedos, e encontrar o que queremos e precisamos, nesse mundo de infinitas possibilidades, pode ser um desafio.

Queremos respostas o mais rápido possível, com o menor esforço possível – mesmo quando nem sabemos direito o que estamos procurando. E é bom que elas sejam relevantes.

A busca como conselheiro pessoal

O fato é que as pessoas esperam não apenas informações, mas também conselhos sobre as suas necessidades. Elas perceberam que, quanto mais específicas são na pesquisa, mais rápido conseguem a informação que estão buscando. Um tênis de corrida especial é um exemplo. Xampu para um determinado tipo de cabelo é outro: nos EUA, as buscas mobile por “xampu para…” aumentaram 130% nos últimos dois anos (ex: xampu para cabelos com luzes).2

Também observamos que a busca muitas vezes assume o papel de “conselheiro pessoal”, já que termos como “eu” e “para mim” aparecem com cada vez mais frequência nas pesquisas. Ao longo dos dois últimos anos, as buscas mobile com o termo “para mim” cresceram mais de 60% aqui nos EUA.3 Por exemplo: em vez de pesquisar por “melhor seguro de carro”, os consumidores agora procuram pelo “melhor seguro de carro para mim”. E embora a escolha de um animal de estimação possa parecer algo subjetivo demais para ser feito por meio de uma busca online, o que não faltam são pesquisas por “qual cachorro é melhor para mim”. E isso é só a ponta do iceberg.

Os norte-americanos também andam perguntando o que deveriam ou não fazer. As buscas mobile com o termo “eu deveria” aumentaram mais de 65% nos últimos dois anos.4  “O que eu deveria comer no almoço?” é algo que geralmente perguntamos a um amigo ou colega de trabalho, mas vemos essa pergunta nas buscas online e estamos observando este comportamento em diversas categorias. As pessoas estão procurando orientação sobre uma série de coisas, desde higiene pessoal (“Com que frequência devo lavar meu cabelo?”) até questões bem importantes sobre saúde e finanças, como “eu deveria virar vegano?” e “que cartão de crédito eu deveria ter?”.

Assim como “perto de mim” é um sinal contextual de que as pessoas querem encontrar algo com base em sua localização, essas buscas com “para mim” e “eu” indicam que elas procuram conteúdo relevante para si mesmas. Entender a intenção de busca e os padrões das necessidades das pessoas traz grandes oportunidades para as marcas.

Se alguém está em dúvida sobre o que comer no almoço, é claro que algum restaurante vai querer aproveitar a oportunidade de apresentar seu cardápio ou a oferta especial do dia.

Mas, e as pesquisas “para mim”? Quando buscamos por “Melhores tênis de corrida para mim” nos EUA, recebemos uma quantidade considerável de resultados oferecendo ajuda para que os corredores encontrem o seu par de tênis perfeito – alguns de sites como a Runner’s World e outros de marcas como Brooks, Nike e Asics.

O mesmo vale para “melhor xampu para mim” e “que tipo de cachorro devo ter”. A Redken oferece uma ferramenta de diagnóstico do cabelo. O American Kennel Club e a Pedigree disponibilizam questionários para ajudar as pessoas a selecionar a raça  mais adequada a cada perfil.

Os anunciantes mais antenados já sabem que os consumidores procuram mais que apenas respostas, eles querem ideias e inspiração. E querem rápido. As marcas que conseguirem suprir as necessidades pessoais dos consumidores sairão na frente.

 

Por Lisa Gevelber

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